segunda-feira, 1 de março de 2010

Um seguidor???



Tobias?... um seguidor?... ok... é melhor fazer uma boa acção e deixar aquele aviso de quem é "amiga"... Aqui vai: não me sigas que ando perdida LOL ! eheheehh! não sei quem és... mas welcome tobias!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Feliz aniversário


.... Sim lembrei-me. Sim...desejo que a felicidade seja uma presença na tua vida. Sim... tudo é diferente.... mas Parabéns por domingo, dia 28. A forma "mais presente" de te deixar uma vela acesa para pedires o teu desejo....

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

quem anda à chuva molha-se? óptimo!!!



Sempre se ouviu dizer que sim, que é verdade.... que quem anda à chuva molha-se! Então...seja!! Vou fechar meu chapelinho, vou deixar que essa chuva me faça germinar de novo, me dê mais um início de muitos momentos felizes! Podem ter mudado as rotas, podem vir a mudar os ventos, a obrigar a ajustar as velas, mas há destinos que não pretendo desistir de tornar realidade. Neste caso, é um objectivo muito importante para mim... tomara que chova direitinho! novas energias são precisas e desejadas! :-)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

dia dos namorados



yap... é nice! namorar, namorar, namorar.... principalmente quando se gosta de antecipar para a noite de véspera, tal é a excitação de poder namorar, namorar, namorar.... so fucking romantic!

E que tal tentar fazer isso todos os dias.... ? wowwww.... excelente ideia!!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

um gesto...um mimo para a vida



Pelo meio de um exaustivo trabalho de estudo, em que ajudava o meu filho mais velho, enquanto eu trabalhava com a mão no rato, ele faz-me festas nas costas da mão. ao fim de algumas vezes...diz carinhosamente "adoro sentir a pele da tua mão, mãe...é tão macia" e eu respondo, meio a brincar :"aproveita agora, que quando dermos contas estão enrugadas como as da avó:-) ". A resposta dele foi simplesmente : "mãe, nessa altura vou gostar ainda mais de lhes dar festinhas" . e nisto parei... e ficámos num abraço de quem se ama incondicionalmente! adoro-te filhote Tiago.... és um puto pouco dado a manifestações de sentimentos, mas quando as deixas fluir...arrasas-me.... Que orgulho ser tua mãe!! beijos, beijos, beijos...meu craque!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Apenas ...e só


... sem palavras, porque se gastaram
... sem pressas, porque não tenho pressa de chegar
... sem intenção, porque nada me apetece
... sem ruído, porque apenas o silêncio me acalma
... estupidamente só.... porque só assim consigo estar quieta e calada
... há dias assim.... eu tenho tido montanhas deles....
... cansada? ... sim, sem duvida.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Rosa Lobato Faria- partiu mas deixou-nos muito de si em cada texto. obrigado


> Autobiografia>>

Quando eu era pequena havia um> mistério chamado Infância. Nunca tínhamos ouvido falar de> coisas aberrantes como educação sexual, política e> pedofilia. Vivíamos num mundo mágico de princesas> imaginárias, príncipes encantados e animais que falavam. A> pior pessoa que conhecíamos era a Bruxa da Branca de Neve.> Fazíamos hospitais para as formigas onde as camas eram> folhinhas de oliveira e não comíamos à mesa com os> adultos. Isto poupava-nos a conversas enfadonhas e> incompreensíveis, a milhas do nosso mundo tão outro, e> deixava-nos livres para projectos essenciais, como ir ver> oscilar os agriões nos regatos e fazer colares e brincos de> cerejas. Baptizávamos as árvores, passeávamos de burro,> fabricávamos grinaldas de flores do campo. Fazíamos> quadras ao desafio, inventávamos palavras e entoávamos> melodias nunca aprendidas.> Na Infância> as escolas ainda não tinham fechado. Ensinavam-nos coisas> inúteis como as regras da sintaxe e da ortografia, coisas> traumáticas como sujeitos, predicados e complementos> directos, coisas imbecis como verbos e tabuadas. Tinham a> infeliz ideia de nos ensinar a pensar e a surpreendente> mania de acreditar que isso era bom.> Não batíamos na professora, levávamos-lhe> flores.> E depois ainda havia infância para> perceber o aroma do suco das maçãs trincadas com dentes> novos, um rasto de hortelã nos aventais, a angustia de> esperar o nascer do sol sem ter a certeza de que viria (não> fosse a ousadia dos pássaros só visíveis na luz indecisa> da aurora), a beleza das cantigas límpidas das camponesas,> o fulgor das papoilas. E havia a praia, o mar, as bolas de> Berlim. (As bolas de Berlim são uma espécie de> ex-libris da Infância e nunca mais na vida houve fosse o> que fosse que nos soubesse tão bem).> Aos quatro anos aprendi a ler; aos> seis fazia versos, aos nove ensinaram-me inglês e pude> alargar o âmbito das minhas leituras infantis. Aos treze> fui, interna, para o Colégio. Ali havia muitas raparigas> que cheiravam a pão, escreviam cartas às escondidas, e> sonhavam com os filmes que viam nas férias. Tínhamos a> certeza de que o Tyrone Power havia de vir buscar-nos, com> os seus olhos morenos, depois de nos ter visto fazer uma> entrada espampanante no salão de baile onde o Fred Astaire> já nos teria escolhido para seu par ideal.> Chamava-se a isto Adolescência, as> formas cresciam-nos como as necessidades do espírito,> música, leitura, poesia, para mim sobretudo literatura,> história> universal, história de arte, descobrimentos e o Camões a> contar aquilo tudo, e as professoras a dizerem, aplica-te,> menina, que vais ser escritora.> Eram aulas gloriosas, em que a> espuma do mar entrava pela janela, a música da poesia> medieval ressoava nas paredes cheias de sol, ay eu coitada,> como vivo em gran cuidado, e ay flores, se sabedes novas,> vai-las lavar alva, e o rio corria entre as carteiras e nele> molhávamos os pés e as almas.> Além de tudo isto, que sorte, ainda> havia tremas e acentos graves.> Mas também tínhamos a célebre aula de Economia> Doméstica de onde saíamos com a sensação de que a mulher> era uma merdinha frágil, sem vontade própria, sempre a> obedecer ao marido, fraca de espírito que não de corpo,> pois, tendo passado o dia inteiro a esfregar o chão com> palha de aço, a espalhar cera, a puxar-lhe o lustro, mal> ouvia a chave na porta havia de apresentar-se ao macho> milagrosamente fresca, vestida de Doris Day, a mesa posta, o> jantarinho rescendente, e nem uma unha partida, nem um> cabelo desalinhado, lá-lá-lá, chegaste, meu amor, que> felicidade! (A professora era uma solteirona, mais sonhadora> do que nós, que sabia todas as receitas do mundo para tirar> todas as nódoas do mundo e os melhores truques para arear> os tachos de cobre que ninguém tinha na vida> real).> Mas o que sabíamos nós da vida> real? Aos 17 anos entrei para a Faculdade sem fazer a> mínima ideia do que isso fosse. Aos 19 casei-me, ainda> completamente em branco (e não me refiro só à cor do> vestido). Só seis anos, três filhos e centenas de livros> mais tarde é que resolvi arrumar os meus valores como quem> arruma um guarda-vestidos. Isto não, isto> não se usa, isto não gosto, isto sim, isto seguramente,> isto talvez. Os preconceitos foram os primeiros a desandar,> assim como todos os itens que à pergunta porquê só me> tinham respondido porque sim, ou, pior, porque sempre foi> assim. E eu, tumba, lixo, se sempre foi assim é altura de> deixar de ser e começar a abrir caminho às gerações> futuras (ainda não sabia que entre os meus 12 netos se> contariam nove mulheres). Ouvi ontem uma jovem a dizer, a> revolução que nós fizemos nos últimos anos. Não meu> amor: a revolução que NÓS fizemos nos últimos 50 anos.> Mas não interessa quem fez o quê. É preciso é que tenha> sido feito. E que seja feito. E eu fiz tudo, quando ainda> não era suposto. Quando descobri que ser livre era> acreditar em mim própria, nos meus poucos, mas bons,> valores pessoais.> Depois foram as circunstâncias da> vida. A alegria de mais um> filho, erros, acertos, disparates, generosidades,> ingenuidades, tudo muito bom para aprender alguma coisa.> Tudo muito bom. Aprender é a palavra chave e dou por mal> empregue o dia em que não aprendo nada. Ainda espero ter> tempo de aprender muita coisa, agora que decidi que a> Bíblia é uma metáfora da vida humana e posso glosar essa> descoberta até, praticamente, ao infinito.> Pois é. Eu achava, pobre de mim,> que era poetisa. Ainda não sabia que estava só a tirar> apontamentos para o que havia de fazer mais tarde. A ganhar> intimidade, cumplicidade com as palavras. Também escrevia> crónicas e contos e recados à mulher-a-dias. E de repente,> aos 63 anos, renasci. Cresceu-me uma alma de romancista e> vá de escrever dez romances em 12 anos, mais um livro de> contos (Os Linhos da Avó) e sete ou oito livros infantis.> (Esta não é a minha área, mas não sei porquê,> pedem-me livros infantis. Ainda não escrevi nenhum que me> procurasse como acontece com os romances para adultos, que> vêm de noite ou quando vou no comboio e se me insinuam nos> interstícios do cérebro, e me atiram para outra dimensão> e me fazem sorrir por dentro o tempo todo e me tornam mais> disponível, mais alegre, mais nova).> Isto da idade também tem a sua> graça. Por fora, realmente, nota-se muito. Mas eu pouco> olho para o espelho e esqueço-me dessa história da imagem.> Quando estou em processo criativo sinto-me bonita. É como> se tivesse luzinhas na cabeça. Há 45 anos, com aquela> soberba muito feminina, costumava dizer que o meu espelho> eram os olhos dos homens. Agora são os olhos dos meus> leitores, sem distinção de sexo, raça, idade ou> religião. É um progresso enorme.> Se> isto fosse uma autobiografia teria que dizer que, perto> dos 30, comecei a dizer poesia na televisão e pelos 40 e> tais pus-me a fazer umas maluqueiras em novelas, séries,> etc. Também escrevi algumas destas coisas e daqui senti-me> tentada a escrever para o palco, que é uma das coisas mais> consoladoras que existem (outra pessoa diria gratificantes,> mas eu, não sei porquê, embirro com essa palavra). Não> há nada mais bonito do que ver as nossas palavras ganharem> vida, e sangue, e alma, pela voz e pelo corpo e pela> inteligência dos actores. Adoro actores. Mas não me atrevo> a fazer teatro porque não aprendi.> Que mais? Ah, as cantigas. Já> escrevi mais de mil e 500 e é uma das coisas mais> divertidas que me aconteceu. Ouvir a música e perceber o> que é que lá vem escrito, porque a melodia, como o vento,> tem uma alma e é preciso descobrir o que ela esconde.> Depois é> uma lotaria. Ou me cantam maravilhosamente bem ou> tristemente mal. Mas há que arriscar e, no fundo, é só> uma cantiga. Irrelevante.> Se isto fosse uma autobiografia> teria muitas outras coisas para contar. Mas não conto.> Primeiro, porque não quero. Segundo, porque só me dão> este espaço que, para 75 anos de vida, convenhamos, não é> excessivo.> Encontramo-nos no meu próximo romance.